sexta-feira, 19 de abril de 2013

FRAMES-RETRÔ – Com Mérito: uma lição de vida sobre humildade e amizade

Fábio Pereira


Era o ano de 1994 e eis que, nos cinemas, estreava um dos filmes mais maravilhosos daquele ano: Com Mérito (With Honors). O ator, na época pouco conhecido, Brendan Fraser (de A Múmia), juntamente com o veterano Joe Pesci (de Os Bons Companheiros) eram a base para esse excelente drama, que ainda contava com as participações de Patrick Dempsey (Namorada de Aluguel) e Josh Hamilton (Vivos!)
O diretor Alek Keshishian, que é graduado em Harvard (!) e responsável pelo documentário “Na Cama com Madonna” - que, por sinal, canta a música tema do filme: “I’ll Remember” -  consegue, com uma maestria admirável, dosar drama com pitadas de humor, numa mistura que deixa o espectador bastante confortável com o desenrolar do longa. 
A trama de Com Mérito, com alguns clichês do gênero, mesmo para época (início dos anos 1990), segue os passos de Montgomery “Monty” Kessler (Brendan Fraser), um arrogante e obstinado estudante da famosa universidade americana de Harvard, prestes a se formar. Por obra do destino, sua tese de graduação acaba por parar nas mãos de Simon Wilder (Joe Pesci), um mendigo nada
simplório, que chantageia Monty com a troca de cada página por casa ou comida (a tese possui 83 páginas!). Assim, juntamente com seus companheiros de república, Everett Calloway (Patrick Dempsey), Courtney Blumenthal (Moira Kelly, de “Chaplin”) e Jeffrey Hawks (Josh Hamilton), Monty é forçado a conviver com o mendigo, mas seu relacionamento acaba evoluindo para uma amizade que influencia a vida de todos. 
O longa se apoia na interação dos personagens de Fraser e Pesci, mostrando uma química perfeita e acertada, além de aparar as arestas com personagens unidimensionais, no entanto importantes, como o de Patrick Dempsey (um radialista bon vivant) e de Moira Kelly (interesse amoroso platônico de Monty). 
Mais que um simples drama, Com Mérito é uma verdadeira lição de vida, mostrando que uma amizade pode superar tudo, inclusive diferenças sociais. 
 

Com Mérito (With Honors, EUA, 1994). Elenco: Joe Pesci, Brendan Fraser e Patrick Dempsey. Direção: Alek Keshishian. 



TRAILER


Imagens: Divulgação/Internet
Informações adicionais: IMDB

quinta-feira, 18 de abril de 2013

FRAMES-CRÍTICA – Indomável Sonhadora: uma história de amor, coragem e inocência



Fábio Pereira


Assisti quase todos os principais filmes que concorram ao Oscar de 2012 e, numa avaliação mais abrangente, achei quase todos cansativos e tediosos (leia-se “Lincoln” e “A Hora Mais Escura”). A Academia de Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, parece mesmo sempre discordar da maioria do público no que concerne a filmes que impactam e emocionam. Tudo bem que são os milhares de votos individualizados dos membros da Academia que determinam quem leva o Oscar, mas para um drama tão emocionante como Indomável Sonhadora não ter levado ao menos uma premiação, (foi indicado a Melhor Filme, Direção, Melhor Atriz e Roteiro Adaptado) fica a afirmação no ar: um Oscar não quer dizer nada!

Não assisti “Argo”, que levou a estatueta de Melhor Filme e Roteiro Adaptado e concordei que o diretor Ang Lee mereceu a estatueta por “As Aventuras de Pi”, mas a estreante Quvenzhané Wallis, que interpreta o papel principal em Indomável Sonhadora, mostrou uma força incrivelmente superior a Jennifer Lawrence, que levou a estatueta de Melhor Atriz pelo ótimo “O Lado Bom da Vida”.

Mas, vamos ao que interessa. Indomável Sonhadora (título tupiniquim mais adequado do que “Feras do Sul Selvagem”), é um drama despretensioso, mas que envolve o espectador em sua narrativa emocionante e inocente, mostrando a trajetória de Hushpuppy (Quvenzhané Wallis), juntamente com seu pai, lutando para sobreviver num local inóspito e degradante aos padrões humanos, mas que outros chamam de lar. Com a possibilidade de ficar órfã, devido à doença de seu pai, Hushpuppy ainda precisa conviver com as consequências de uma forte tempestade, que inunda toda comunidade onde morava.

Dizem que lar é onde seu coração está. Neste sentido, a caracterização do drama dos personagens se mostra eficiente pelas mãos do diretor Benh Zeitlin, que também foi responsável pelo roteiro do filme. Sem apelar para um excessivo drama “choraminguento” e com interpretações mais naturais, Indomável Sonhadora consegue expressar a verdadeira natureza humana, mostrando preocupações simples e imediatas, como a sobrevivência, além do companheirismo extremo daqueles que possuem tão pouco, mas que se solidarizam, transparecendo a força de uma pequena e decadente comunidade.

Indomável Sonhadora é um filme que conquista pelo drama e impacta pela devoção e sonhos da protagonista.



Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild, EUA, 2012). Elenco: Quvenzhané Wallis, Dwight Henri e Gina Montana. Direção: Benh Zeitlin



Nota - 8 Frames

Pontuação
01 a 02 Frames – Ruim
03 a 04 Frames – Regular
05 a 06 Frames – Bom
07 a 08 Frames – Ótimo
09 a 10 Frames - Obra Prima



TRAILER LEGENDADO

sábado, 6 de abril de 2013

FRAMES-RETRÔ – Mercenários das Galáxias: o “Sete Homens e um Destino” no espaço

Fábio Pereira 


Se você acha que a comparação com o clássico faroeste “Sete Homens e um Destino” (EUA, 1960) é, no mínimo, prematura, pense duas vezes, ou sete!

Mercenários das Galáxias, visto hoje, por olhos acostumados com os efeitos especiais de “Avatar” (EUA, 2009), ou com batalhas épicas no espaço, como a do Star Trek de J. J. Abrams, pode parecer medíocre e ultrapassado, pelos efeitos especiais antiquados e figurinos dignos de passistas de escolas de samba cariocas, mas, para um filme lançado há mais de 30 anos, no começo dos maravilhosos anos 80, o termo “cult” se adequa a ele com força total.

A trama de Mercenários das Galáxias segue os mesmos passos do já citado “Sete Homens e um Destino”: o vilão Sador (John Saxon – canastrão ao extremo), possui uma nave imbatível, que escraviza planetas e seus habitantes. Chegando ao pacífico planeta Akir (homenagem ao diretor japonês Akira Kurosawa), ele tenta fazer a população refém de seus desígnios, exigindo sua colheita, com a garantia que o medo se encarregará de tudo. Mas, eis que um jovem fazendeiro, Shad (Richard Thomas, em interpretação esquecível) parte a bordo de uma velha nave Corsária, para recrutar mercenários a fim de salvar seu planeta.

A equipe – alguns convencidos a duras penas – é formada por: Gelt (o saudoso Robert Vaughn, de Sete Homens e um Destino!), um guerreiro experiente, que aceita a missão somente para se esconder das autoridades que o perseguem; Cowboy do Espaço (o já falecido Robert Peppard, do original “Esquadrão Classe A”), um terráqueo, natural do estado norte-americano do Texas; Exmin (Sybil Danning, de “Aeroporto 79 – O Concorde”), pertencente a uma raça guerreira chamada de “Valquírias”; Nestor (Earl Boen, John Goen e outros), uma raça de clones inteligentes que formam um único ser; Nanelia (Darlanne Fluegel, a esposa de Stallone em “Condenação Brutal”), a filha do fabricante de armas, Doutor “Hephaestus”; e Cayman, da Zona Lambda (Morgan Woodward, ator mais voltado a séries de TV, como Dallas), um membro de uma raça de répteis e mercador de escravos.

Nas mãos do inexpressivo diretor Jimmy T. Murakami, com produção de Roger Corman, Mercenários das Galáxias pode ter um quê de amadorismo nas caracterizações de alguns personagens, como o Cowboy, com todos os maneirismos e gracejos tipicamente americanos, mas pode se vangloriar pela trama, que envolve o espectador de maneira positiva, com todos torcendo que o vilão canastrão tenha seu fim merecido.

Duas curiosidades: James Horner, responsável por trilhas de outros clássicos dos Anos 80, como “Comando Para Matar”, também assina a trilha desta produção; o, na época, iniciante diretor James Cameron (Avatar, O Exterminador do Futuro) estava a cargo dos “efeitos especiais” de Mercenários das Galáxias.



Mercenários das Galáxias (Battle Beyond the Stars, EUA, 1980). Elenco: Richard Thomas, John Saxon e Robert Vaughn. Direção: Jimmy T. Murakami



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O Criador Insano

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